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(Abertura)
Autor: Davide Silva
Supervisora: Rosa Silva 🌹
Capítulo 2
O Peso da Humilhação
O salão ainda estava iluminado por tochas quando o rei percebeu Diego e Vicky conversando discretamente. A rainha já havia se retirado para seus aposentos, e o clima pesado se instalava no ambiente.
Rei: Olha só estarias por acaso falando com teu amiguinho? Ele gostou de ti? Pois bem... que se delicie um pouco com teus encantos. Afinal, o escravo fez um ótimo trabalho ali para as senhoras. Se dispa, escrava! Vamos lhe dar um agrado!
Vicky treme, mas não ousa recusar. Lentamente, começa a se despir diante de todos os nobres. Gargalhadas e comentários nojentos ecoam pela sala, como se fosse um espetáculo vulgar.
Diego, imóvel em seu canto, sente o sangue ferver, mas permanece estático, com o coração em pedaços.
Rei: Já basta. Por hora, pode se vestir. Já foi de agrado a todos nós.
O banquete termina. Escravos correm para recolher os restos da festa. Enquanto Diego ajuda a arrumar a mesa, o rei chama Vicky e desaparece com ela por uma porta nos fundos. Diego abaixa a cabeça, esmagado pela culpa, ainda que não tivesse culpa alguma.
Mais tarde, quando o serviço se encerra, guardas o arrastam de volta à cela. A noite cai. Pão duro e água rala são distribuídos como sempre. Nesse momento, Vicky retorna, visivelmente abatida.
Diego: Me desculpe eu não deveria.
Vicky: (cortando-o) Não é culpa tua. É como eu disse: somos meros instrumentos e objetos. Ela abre a mão, revelando um pequeno frasco. Consegui um pouco de bálsamo, a rainha me deu permissão. Terás de te despir para eu aplicar.
Diego hesita, mas obedece. Seu corpo, ainda marcado pelas queimaduras do “banho”, lateja em dor. Vicky espalha o bálsamo suavemente sobre sua pele.
Diego: Obrigado pela gentileza.
Vicky: Temos que cuidar uns dos outros com amor. A nossa vida já é dura demais e um pouco de bondade nunca faz mal.
Do fundo da cela, uma mulher interrompe com um grito amargo:
Mulher: Tinha que ser a aia da rainha! Como se tua vida fosse fácil. Amor? Amor? Coloca o amor pela boca adentro! Nem Deus nos tira daqui! Esses porcos nunca vão nos deixar em paz. Nem mesmo se o rei morresse a rainha nada faria!
Diego: Essa rainha não é contra nós? Afinal, ela faz parte dessa nobreza nojenta.
Vicky: Não. A rainha é diferente. Ela ama o marido, mas sente repulsa pelo que fazem. Por isso sempre é a primeira a se retirar da sala. No fundo eu acho que só seríamos livres se o rei morresse.
As palavras ecoam na mente de Diego durante noites intermináveis. O ódio cresce dentro dele como uma chama indomável. Até que, em silêncio, toma uma decisão: matar o rei.
Quando revela o plano a Vicky, seus olhos se arregalam. Ela ouve atentamente, mas menciona um nome em voz baixa:
Vicky: Thiago ele é guarda. Está de patrulha hoje nas celas.
Ao ouvir seu nome, um soldado se aproxima. Diego se cala imediatamente e se encolhe sobre a palha. Mas Vicky segura firme sua mão e o puxa suavemente.
Vicky: Confie... Thiago é diferente. Já me salvou de muitas situações.
Diego olha desconfiado, mas a expressão sincera dela o convence. Thiago se agacha, apoiando-se de costas contra as grades da cela.
Thiago: Podem confiar em mim. Não tenham medo. Eu odeio esses nobres tanto quanto odeio esse trabalho miserável. Contem-me seus planos. Eu ajudarei.
Diego respira fundo e fala, revelando seu desejo de matar o rei e acabar com aquela tirania.
Thiago ouve atentamente, e por fim responde:
Thiago: É arriscado mas é o certo. Existe um lugar secreto no castelo, conhecido apenas por poucos. Ele é ativado por um mecanismo braceletes forjados com ferro puro. Neste momento só existe um, mas o ferreiro é capaz de replicá-lo. Eu trarei para vocês. Juntos, vamos pôr fim a esse mundo podre.
Diego e Vicky se entreolham, e pela primeira vez, surge uma faísca de esperança.
Continua...
(Encerramento)
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