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*ENCONTRO MARCADO* 🛐
*Capítulo 19 – Penúltimo • 14/10/2021*
Ali – Não posso e não quero perdoa-lo, Papai, eu quero que ele sofra, quero machuca-lo da mesma forma que ele me machucou. Se não for possível haver justiça, quero que haja vingança.
Papai – Ali, perdoa-lo é entregá-lo a mim e permitir que eu o reabilite.
Ali – Reabilite? Eu quero é que você o fira, o mande para o inferno, faça ele pagar muito caro pelo mal que causou a mim e à minha família.
Papai – Você quer voltar a ser o juiz?
Ali – Eu não consigo esquecer o que ele fez, Papai, é possível isso acontecer?
Papai – Não estou pedindo para esquecer, filho, perdoar não quer dizer esquecer, perdoar é uma forma de você parar de enforca-lo.
Ali – Ai, mas aquele crápula...
Papai – É meu filho também, e quero reabilita-lo.
Ali – Mas e depois? Quer que eu apenas o perdoe e deixe tudo como está? Que viremos amiguinhos?
Papai – Vocês não possuem um relacionamento, e o perdão não estabelece um. Através de Jesus eu perdoei toda a humanidade por seus pecados contra mim, mas nem todos decidiram ter um relacionamento comigo.
Ali – Não sou capacitado para isso.
Papai – Você precisa fazer isso, o perdão o liberta de algo destrutível, que te deixa triste e te incapacita de amar devidamente. Acha mesmo que esse homem liga para a dor que causou? No mínimo ele se alimenta do seu sofrimento. Como dizia Thomas Szasz, "o tolo nem perdoa, nem esquece, o ingênuo perdoa e esquece, o sábio perdoa, mas não esquece".
Ali – Então o perdão não me obriga a fingir que nada aconteceu?
Papai – Jamais, não tem como, você perdoou seu pai ontem, mas algum dia vai esquecer tudo que ele te fez?
Ali – Creio que não, a ferida sarou, mas a marca é permanente.
Papai – Porém, ainda assim você é capaz de amá-lo, a mudança dele proporciona isso. O perdão não obriga ninguém a confiar em quem perdoou, de forma alguma, mas se esse alguém confessar-se e arrepender-se, seu coração o fará descobrir um milagre que lhe permitirá construir uma reconciliação entre ambos.
Ali – Estou começando a entender o senhor, porém sinto que se perdoar esse indivíduo, ele vai ficar livre. Como desculpá-lo? Não é justo que para Missy deixar de ter raiva dele.
Papai – Alison, o perdão não desculpa nada. Esse homem não será livre e não cabe a você fazer justiça, deixe comigo. Sobre a Missy, ela já o perdoou.
Ali [Surpreso] – Como é possível?
Papai – Graças à minha presença nela, só assim é possível liberar o perdão verdadeiro.
*O marido de Nora senta no chão, abaixa a cabeça e chora. Então, Papai senta ao seu lado e o abraça.*
Papai – Ponha tudo para fora!
*O corretor lembra de tudo que está relacionado a Missy e à tragédia, desde o urso de pelúcia encontrado, os lápis coloridos, o broche de onça, o vestido rasgado e ensanguentado. Então, derrama tudo que pode de lágrimas até poder limpar toda tristeza.*
Ali – Me ajuda, não sei o que fazer para perdoá-lo.
Papai – Só diga a ele em voz alta, as declarações de meus filhos possuem muito poder.
Ali [Tremendo e de olhos fechados] – Eu... eu... eu... eu perdôo você! Eu perdôo! Eu perdôo! *[Gritando]*
*A divindade se enche de felicidade e abraça fortemente o pai de Kate. Ambos se levantam.*
Papai – Você é uma imensa alegria, Alison!
*NA CAVERNA*
*Kate é acordada com um copo de água na cara pelo assassino.*
Éric [Gargalhando] – Acorda, bela adormecida, acorda que seu sono eterno ainda vai chegar. E aí, como estão as expectativas para conhecer o seu tal pai celestial? Mas não parou pra pensar que talvez você conheça o tal de Lúcifer? Ah, besteira, nem um nem outro existe, você simplesmente vai encerrar a história aqui.
Kate – Vai me matar da mesma forma que matou minha irmã e as outras meninas?
Éric [Sussurrando em seu ouvido] – Não te interessa, espere para descobrir.
Éric – Bem, foi bom dialogar com você, me admira sua personalidade, mas tudo na vida tem um fim. Aproveite para entregar sua alma a ele enquanto eu vou buscar umas ferramentas para me desfazer do seu corpo. Até daqui a pouco, querida!
Kate [Amedrontada] – Ai, meu pai, me proteja, me salve e não deixe que o mal me atinja, mas se for a hora de eu ir, me receba.
*A equipe do FBI segue as coordenadas dadas por Abigail e avistam o maníaco saindo da caverna, que também os avista.*
Selton – É ele! Corram agora atrás!
*Uma parte persegue o bandido e outra continua seguindo as coordenadas até o local onde está a filha de Nora.*
Nora – Vocês me acharam! Obrigada, meu Deus.
*A equipe de investigadores percorre a floresta atrás do assassino e ele tenta despista-los, não obtendo sucesso. Durante a fuga, ele dá de cara com teias de aranha e, enquanto tenta tirá-las de seus olhos, não enxerga que está correndo em direção à pista*
*O filho de Abigail invade a rua e é atropelado por uma caminhonete, que o faz se chocar com o pára-brisa e quebrá-lo. Em seguida cai no chão todo ferido.*
*Enquanto isso, o pai de Ben se sente aliviado e libertado após perdoar seu maior inimigo.*
Ali – Uau, me sinto vivo agora. Então, não há problema se eu ainda sentir raiva dele?
Papai – Com toda certeza, o que ele fez foi terrível e a raiva é uma resposta a isso. Só não deixe a raiva o impedir de liberar perdão. Alison, talvez você precise declarar o perdão mil vezes por dia, mas com o tempo isso diminuirá até que você o perdoe por completo. Bom, é hora de levarmos Missy para casa.
Ali [Olhando para o saco] – Então é para isso que serve o presente de Sarayu. Obrigado!
*Ambos caminham mais um pouco até chegarem a um local em que há um amontoado de pedras fechando a passagem que leva a uma caverna. Os dois as quebram com as picaretas e tiram os restos.*
*Eles entram na caverna e passam por um labirinto de enormes pedras. Minutos depois, Ali se depara com o corpo de Missy coberto por uma toalha suja em cima de uma rocha.*
*Deus abre o pano dado por Sarayu e o odor do lugar desaparece com o delicioso cheiro das plantas e flores. Papai e Ali as espalham pela área, abrem o pano e colocam o corpo da criança em volta dele, depois enrolam.*
Papai – Vamos agora!
Ali – Eu o perdôo, eu o perdôo!
*O criador e seu filho saem da caverna e voltam para o chalé. Lá, são recebidos por Jesus e Sarayu.*
Sarayu – Escolhemos um lugar especial para ela.
*O corpo da filha de Nora é colocado com flores dentro de um pequeno caixão feito por Jesus e levado até o jardim da trindade, onde Papai, já na figura feminina, estava à espera. O caixão é colocado dentro de um buraco e todos fecham os olhos por alguns minutos.*
Papai/Jesus/Sarayu/Ali – Amém!
*O melhor amigo de Willie e o Verbo cobrem o buraco usando as pás. Após terminarem, o Espírito Santo tira um vidrinho de seu bolso e pinga em volta do solo as lágrimas que colecionou de Ali e nas partes em que elas caiam, flores coloridas brotavam e abriam-se. Uma pequena árvore também cresce no centro.
Sarayu – É uma árvore da vida que cresce no jardim do seu coração, Ali.
Papai – Missy o ama enormemente, ela é incrível.
*Em Denver, Selton e Smith trazem Kate até sua família e ela a abraça empolgada.*
Nora [Feliz] – Kate, meu amor, graças a Deus você tá viva. Eu não consegui dormir nadinha de tanta preocupação.
Ben – Eu também não, não faz isso com a gente nunca mais, chega de aventuras. E o assassino?
Selton – Durante a perseguição o crápula não prestou atenção por onde andava e foi atropelado na pista por uma caminhonete. Só nos resta esperar pra ver se ele vai sair dessa pra cadeia ou pro cemitério.
Ben – Como descobriram o cativeiro dela?
Smith – A mãe do maldito escreveu no hospital as coordenadas que levavam até o local e deu um jeito de nos enviar. A culpa pesou sobre ela pela história que a Kate me disse sobre o bandido ter sofrido tortura e opressão pela mãe ser uma fanática religiosa extremamente conservadora.
Kate – Foi, o próprio Éric me contou tudo, eu fiquei chocada.
Nora – E acharam o corpo da minha Missy e das outras vítimas? E o meu Alison?
Selton – Infelizmente não, Nora, o miserável certamente os escondeu perfeitamente, só ele ou a mãe pode nos dizer, mas ambos estão hospitalizados. Do Ali não temos certeza de nada ainda.
*A agente recebe uma ligação do hospital e noticia a todos.*
Smith – Acabaram de me avisar do hospital que a velha Abigail não resistiu à cirurgia e veio a óbito agora pouco.
*Na cabana, todos sentam-se no sofá, com exceção de Papai, que senta na poltrona à frente.*
Papai – Alison, você esteve conosco durante uma semana de aprendizados e curas. Sabe que gostamos muito de você, mas agora precisa tomar uma decisão. Você quer permanecer conosco e seguir crescendo e aprendendo de outra forma, ou prefere voltar para sua família e amigos?
Ali [Em dúvida] – E Missy?
Papai – Ela virá aqui à tarde, se escolher ficar, irá vê-la hoje. Se decidir ir, estará a deixando para trás. E então, o que decide?
*_Não perca o próximo capítulo_*
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