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*ENCONTRO MARCADO* 🛐
*Capítulo 10 • 01/10/2021*
Nora [Abismada] – Mary, o que significa esse desenho? Conta pra mim o que você pensou.
*A garotinha desvia o olhar e fica sem jeito. Olívia desce e se aproxima das duas.*
Olívia – As duas estão de conversa? Será que eu posso participar também?
Nora – Olívia, preciso conversar com você a sós, vamos sentar no sofá primeiro.
Olívia – Tudo bem, amiga, estou preocupada agora. Mary, vá para o seu quarto, Nora e eu teremos uma conversa de adulto agora.
*A menina sobe para o quarto e as amigas sentam para conversar.*
Nora – Olívia, a Mary me mostrou um desenho que ela fez e eu fiquei perplexa com o que vi. Olha!
Olívia [Chocada] – Santa Maria, não entendo como minha filha desenhou uma coisa dessas, com certeza ela viu na escola através de algum coleguinha, pois não deixamos ela ter celular. É um mal para pessoas da idade dela.
Nora – Com toda certeza, faz muito bem.
Olívia – Não há dúvidas de que ela viu no celular de algum colega e reproduziu no papel, mas eu vou tomar as devidas providências. Obrigada por me mostrar, amiga.
Nora – Não há de quê, tome as medidas mesmo, não podemos permitir que nossas crianças tenham suas inocências destruídas. Muitas vezes é assim que começa o abuso infantil, ficarmos atentas.
Olívia – Está certíssima, não se preocupe, amanhã mesmo eu vou à escola dela conversar seriamente com a diretora.
*ANOITECE...*
*Na residência Williams, a família janta e dialoga.*
Ben – Temos uma ótima novidade, mãe, Kate e eu conseguimos trabalho.
Nora [Alegre] – Mentira, sério? Em quê?
Kate – Eu consegui como ajudante de uma amiga manicure minha, sou ótima em fazer unhas. Não é nada de uau, mas toda ajuda servirá.
Ben – E eu como treinador de um time infantil de basquete, um amigo meu da escola me arranjou.
Nora – Filho, mas e o seu braço?
Ben – Já resolvi isso, eu vou ser ajudante de outro treinador e minha função não vai exigir tanto esforço.
Nora – Não tenho palavras para agradecer o que estão fazendo por mim, também consegui um emprego, Olívia me contratou para trabalhar cuidando da casa dela e da filha a partir de amanhã.
Kate – Que bom, mãe, mas ainda fico triste por você ter largado uma faculdade de direito para trabalhar como empregada.
Nora – Infelizmente não tem outra solução, filha, mas vai ser por tempo determinado, se Deus quiser. Aos poucos vamos nos reerguer.
*Enquanto isso, no chalé, Ali sonha enquanto dorme no seu quarto. Ele se imagina num bosque colorido, com árvores carregadas de sorvete e seus filhos Kate e Ben o abraçando e caindo juntos no chão.*
*_Sonho_*
Ali [Rindo] – Parem, sabem que eu odeio cócegas.
Ben – O senhor não é o único, tem mais alguém ali que não curte muito uma cosquinha.
Kate [Gritando] – Ei, Melissa!
*A irmã de Kate vira para os três.*
Ali – Missy, meu amor, eu vou te pegar e vou te encher de cosquinha. Vem cá, danadinha.
*Quando o homem chega perto da filha, é acordado por Jesus.*
Jesus – Alison, Alison! Acorda, vai.
Ali – Mais que droga, Jesus, por que foi me acordar logo agora que eu tava tendo um sonho tão bom.
Jesus – Desculpe-me, é que eu preciso que me acompanhe até o rio.
Ali – Mas já está tarde da noite, não deveria estar dormindo?
Jesus – Eu humano sim, mas eu Deus não descansa, me acompanhe, vamos. Sabe que eu sou louco, e quero que embarque nas minhas loucuras. Confia ou não confia em mim? *[Estendendo a mão]*
Ali – É… sim!
*O ex corretor pega na mão do filho do pai e vai com ele até o rio.*
*Em Denver, a família Williams se prepara para dormir e a esposa de Alison, em seu quarto, lembra do desenho de Mary.*
Nora [Pensando] – Ainda estou perplexa com aquele desenho, isso não pode ser desconsiderado, a Mary tem apenas cinco anos, pelos meus estudos aquele tipo de desenho é um sinal de que uma criança pode estar sofrendo pedofilia. Não, Olívia e José são pessoas de Deus, jamais fariam coisa do tipo, ela deve ter visto através de algum colega mesmo.
*Em seu quarto, Kate chora debaixo dos lençóis e volta a se lamentar pela morte da irmã.*
Kate [Chorando] – A culpa foi toda minha, tudo que tá acontecendo agora é culpa minha, teria sido diferente se eu não tivesse sido tão descuidadosa. Papai, me ajuda, eu não quero mais carregar esse peso de culpa e quero que meu pai volte e me perdoe, não quero que minha fé se destrua também, o senhor é tudo que eu tenho.
*Papai aparece para a jovem em aparência masculina, mas ela não o vê e nem o escuta.*
Papai [Acariciando] – Seu pai está ótimo, minha filha, está agora prestes a viver uma loucura com meu filho Jesus. Você não tem culpa de nada, descanse em meus braços e não se tortures mais.
Kate – Que sensação boa foi essa que eu senti? Papai tá aqui comigo, com certeza, obrigada, meu Senhor.
*Perto ao rio, Ali chega com Cristo e fica confuso.*
Ali – Por que me trouxe até aqui?
Jesus – Disse que confia em mim, então creio que não negará o meu pedido de entrar neste bote comigo.
*O marido de Nora fica ainda mais em dúvida, mas não hesita em entrar. Yeshua entra também e conduz a embarcação. Ali segura uma lanterna enquanto ele rema.*
Jesus – Aqui está ótimo. Alison, vou contar a você o motivo disso, sei o quanto você teme ficar no escuro sozinho, por conta dos seus traumas de infância.
Ali – Eu tinha medo do meu pai, e a escuridão me lembrava ele, me sentia desprotegido e mais propenso a ser maltratado por ele.
Jesus – Sim, filhão, mas eu estou aqui, e não há o que temer, minha intenção com isso é ressignificar o escuro para você, é mostrar que o medo dele e do que pode haver é pura ilusão dos humanos. Tendo a mim, o escuro se torna algo belo e não tenebroso. Assim sendo, proponho um desafio a você.
*A luz do mundo sai do bote e fica de pé nas águas.*
Jesus – Venha comigo, Ali, quero que atravessemos juntos até a superfície.
Ali [Desorientado] Pera aí, o quê? Cara, sei que tu é louco, mas isso ultrapassou o limite, não tá fazendo isso para zoar com a minha cara, né?
Jesus – Jamais faria isso, desça, Alison, se Pedro conseguiu, você também consegue, sair do bote é como descer de um degrau da escada, não tem segredo. O que teme?
Ali – Temo estar prestes a cair em uma pegadinha sua e afundar, penso que…
Jesus – Exatamente, você pensa, a mente cria diversas situações absurdas e idealiza o futuro o tempo todo e, geralmente, dita algum tipo de medo. Também, raramente Deus aparece nos seus pensamentos futuros, pois quase sempre imagina um futuro sombrio e terrível.
Ali – E por que eu sou assim?
Jesus – Porque tenta desesperadamente controlar o incontrolável, não há como ter poder sobre o que virá, pois não é real. Você brinca de Deus imaginando que o mal pode se concretizar e tenta criar planos para evitá-lo. Teme a vida, porque não acredita nela, não conhece nosso amor, quem deixa o medo dominar não acha libertação no meu amor.
*Alison olha para a água e continua aflito, mas se sente mais confortável ao ser tocado no ombro pela entidade.*
Jesus [Oferecendo a mão] – Se vai te deixar mais tranquilo, pegue na minha mão e desça.
*O pai de Missy pega na mão do rei dos Judeus e, de forma lenta, aproxima o pé da água. Ao perceber que ele não afundou, coloca o outro.*
Ali [Abismado e alegre] – Não tô acreditando que isso é mesmo real, eu tô em cima da água como se estivesse em um chão invisível.
Jesus – É isso que acontece quando não cedemos ao medo, ficamos livre e vamos muito mais além. Agora aproveite muito esse momento, filhão.
Ali [Sorrindo] – Como quiseres, paizão!
*Os dois correm por cima do rio juntos e rindo de felicidade enquanto vagalumes os rodeiam e o ambiente é lindamente iluminado pela lua cheia e pelas estrelas.*
*_Não perca o próximo capítulo…_*
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