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*ENCONTRO MARCADO* 🛐
*Capítulo 09 • 30/09/2021*
Papai – Alison, há mil razões para permitimos as dores e sofrimentos, em vez de eliminá-los, mas a maior parte dessas razões só pode ser compreendida dentro da história de cada pessoa. Não sou má, quem abraça o medo, a dor e o poder são vocês. Porém, suas decisões não são maiores que meus propósitos, então usarei cada uma para um bem maior.
Sarayu – Olha isso, as pessoas machucadas entornam suas vidas nas coisas que lhes parecem boas, buscando serem compensadas. São tão iludidas com a falsa segurança do poder, que se voltam contra esse poder quando algo de ruim acontece. Se ao menos pudesse ver o que alcançaremos sem violar qualquer vontade humana, entenderia. Mas entenderá!
Ali – Mas por que isso tinha que custar um alto preço? Tanta dor, sofrimento e maldade. Valeu a pena o que custou para vocês?
Papai/Jesus/Sarayu – Sim!
Ali – Como é possível? Assim parece que os fins justificam os meios, que para atingir seus objetivos são capazes de tudo, mesmo que custe a vida de alguém.
Papai – Alison, realmente não entendeu, continua tentando dar sentido ao mundo se baseando na sua perspectiva pequena da realidade. Você vê a dor e a morte como males irrefutáveis, e Deus como indigno de confiança. Você dita as regras, julga minhas ações e me culpabiliza, a grande lacuna de sua vida é não achar que sou boa. Se soubesse que minha bondade cobre os meios, fins, etc. confiaria em mim, mas não confia.
Ali – Não confio? Bem, acho que não confio mesmo.
Sarayu – Alison, a confiança não é algo que pode ser produzido, ou você confia ou não confia em alguém. Você só pode confiar em mim se souber que eu o amo.
Ali – Queria poder mudar isso.
Sarayu – Mas você pode, mas não sozinho, agora junto a mim a transformação pode vir. Alison, peço agora que me acompanhe até o jardim para me ajudar, lá podemos continuar essa interessante conversa.
Ali – Claro, vamos lá.
*DENVER – COLORADO*
*Horas depois, já de volta à residência, a família Williams segue preocupada com o sumiço de Alison.*
Nora – Ainda não consigo digerir isso, não me faltava mais nada, eu não devia ter ido para o sítio da titia ou deveria ter levado o pai de vocês à força. Agora só Deus sabe onde ele pode estar.
Kate – Não se torture, mãe, não vai adiantar, eu acho que o papai viu que não tinha nada na cabana e resolveu se aventurar sozinho por aí. Ele sempre teve esse espírito.
Ben – A Kate tem razão, talvez ele só esteja viajando por aí sozinho para tentar se encontrar, aposto que mais cedo ou mais tarde ele vai bater nessa porta.
Nora – Tomara, meus amores, mas por que ele deixou o celular desligado? Será que não pensa nem um pouco na preocupação da esposa e dos filhos? Essas dúvidas só reforçam o que estou temendo ter acontecido.
Ben – Papai não está morto, ele vai aparecer, vamos orar para isso. Mais do que nunca temos que nos unir para vencer os obstáculos.
Nora – Tem razão, meu bem, estamos passando por uma tempestade, mas só chorar não vai fazer a situação melhorar. Me deem um abraço, vocês são tudo que eu tenho, minhas maiores riquezas.
*Os três se abraçam fortemente no sofá da sala e a matriarca beija o rosto de cada um.*
Nora – Mamãe ama sem limites cada um de vocês, e a nossa pequena que está com Papai, infelizmente eu vou ter que me sacrificar para o nosso bem, vou largar a faculdade para trabalhar.
Kate – O quê? Mãe, não, é o seu sonho se tornar advogada, sempre lutou tanto para defender os outros.
Nora – Eu sei, filha, mas eu não tenho mais condições de sustentar os gastos da faculdade. Por sorte ainda temos dinheiro no banco, mas não terá o suficiente pro próximo mês. Preciso arranjar emprego logo.
Ben/Kate – Nós vamos arranjar também.
Nora – De jeito nenhum, vocês precisam estudar, não desperdicem os estudos se ocupando com trabalho.
Ben – Não queremos deixar você apertada, mamãe, e também podemos nos organizar e separar direitinho os estudos do trabalho. Deixa a gente ajudar a senhora, deixa.
Nora – Tá bom, tá bom, mas se eu ver que isso está atrapalhando vocês no colégio, vou por um fim imediatamente. Obrigada por me apoiarem tanto, é por vocês que eu sigo de pé!
*Enquanto isso, no chalé, Ali e Sarayu vão para o jardim. Lá Alison ajuda a entidade a cortar as plantas para limpar o terreno.*
Sarayu – Vou fazer umas plantações incríveis aqui nesse local.
Ali – Chega até me arranhei com esses galhos. Sarayu, você, como criadora, criou também as plantas venenosas, mosquitos e urtigas? Sempre me perguntei o porquê dessas coisas.
Sarayu – Sim, Alison, criei tudo que você considera ruim, mas eram bons quando criei, pois eu sou também.
Ali – E há plantas venenosas nesse jardim?
Sarayu – Com toda certeza, são alguma de minhas favoritas, tipo essa aqui, tocar nela é perigoso, mas comigo aqui é seguro, pode segurar sem medo. Há situações em que é seguro tocar e outras que não, essa é a graça da exploração, parte conhecida como ciência por vocês.
Ali – Mas por que criar plantas venenosas?
Sarayu – Alison, você acredita que o veneno seja algo ruim, grande parte das plantas denominadas de ruins contém propriedades que, se combinadas com outros elementos, se transformam em meios incríveis de cura. Essa mania de determinar o que é bom ou ruim o torna juiz e, por bilhões pensarem da mesma forma, o que determinam ser bom ou ruim se choca com os vizinhos e causam guerras.
Ali – Percebo agora que gastei a maior parte do meu tempo e energia tentando adquirir o que eu jurava ser bom, como dinheiro, saúde, trabalho, e gastei uma enorme quantidade de energia e preocupação temendo o que determinei ser mau.
Sarayu – Muito verídico isso, isso os fazem se sentir Deus, por isto preferem não me ver, pois não precisam de mim para criar uma lista de coisas boas e ruins. Mas precisam se desejarem acabar com essa necessidade de independência.
Ali – E há alguma forma para isso?
Sarayu – Desistindo de julgar o que é bom e ruim e escolher viver unicamente em mim. Não é algo fácil, é preciso que me conheça o suficiente para confiar em mim e se entregar à minha bondade.
*As palavras da asiática foram como um chute no estômago para o pai desolado.*
Sarayu – Ali, o mal nada mais é do que a ausência de Deus, assim como a escuridão é a ausência de luz e a morte a ausência de vida. O mal e a escuridão só podem ser entendidos em relação ao bem e à luz, pois não possuem existência real, eu sou a luz, o bem e o amor, logo, não há escuridão em mim. Desse modo, se distanciar de mim o mergulhará na escuridão e ser independente acarretará o mal, pois só poderá consigo mesmo. Isso seria a morte, pois se separou da vida, que sou eu.
Ali – Uau, isso ajuda muito.
*Papai aparece nesse exato momento.*
Papai – O papo está bom, pelo visto, hein.
Sarayu – Melhor não poderia estar, obrigada, Ali, pela sua ajuda e por este diálogo maravilhoso.
*A asiática se aproxima do rapaz e lhe dá um beijo no rosto, nessa hora um forte vento é soprado e Alison olha para o outro lado. Ao virar-se, percebe que Papai e Sarayu não estão mais.*
*Horas depois, em Never, Nora consegue um emprego na casa da família Jones e combina o horário com Olívia.*
Olívia – Então está combinado, amanhã mesmo você vem de manhã para cuidar de casa e ajudar a Mary no que ela precisar. Combinado?
Nora – Combinado, muito obrigada, amiga, por essa oportunidade, vai ser uma grande ajuda nesse momento, mas creio que ele logo passará.
Olívia — Vai passar sim, tenha fé, vai trabalhar aqui, mas não se sinta inferior, a casa é sua também. Vou ao banheiro rapidinho, quando voltar continuamos a conversa.
*Enquanto a esposa de José sobe para o banheiro, a mãe de Kate vai até a cozinha beber água e é supreendida pela pequena Mary.*
Nora – Oi, princesa, que laço lindo esse seu, e esse desenho, é o quê?
*A menina mostra o desenho para a mulher, que se choca ao ver várias pessoas pintadas de preto e uma genital masculina em cima.*
*_Não perca o próximo capítulo..._*
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