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*ENCONTRO MARCADO* 🛐
*Capítulo 03 • 22/09/2021*
*Os gritos de Alison são ouvidos do lado de fora e seus filhos entram correndo para a cabana. Ao entrar, se deparam com o vestido ensanguentado e deságuam junto aos pais.*
Kate [Chorando] – Não pode ser verdade, eu não quero acreditar, minha irmãzinha não merecia isso.
Ben [Chorando] – Como alguém seria capaz de fazer essa maldade a uma criança inocente? Gente assim não é nada, não tem alma, nem coração.
Alison [Triste e indignado] – Eu não aceito isso, eu vou atrás desse desgraçado e vou matá-lo com minhas próprias mãos!
*Ali sai correndo da cabana e Smith com Selton vão atrás dele. Durante o ocorrido, um forte tempestade cai sobre o local e faz o corretor parar. Ele se ajoelha na grama e olha para o céu.*
Ali [Revoltado e lacrimejando] – Como o senhor foi capaz de fazer isso comigo?! Como pôde permitir que minha filha fosse violentada dessa forma? Eu pedi tanto para que a protegesse, ela não merecia isso, não merecia! Era só uma criança frágil e cheia de vida, antes eu do que ela. Será que o senhor existe mesmo? Será que esse tempo todo eu não fui um completo otario? Ou será que tu é um completo de um canalha que faz o mal a pessoas inocentes?!
Nora – Ali, acalme-se, entendo que está revoltado, todos nós estamos, mas não levante sua voz contra Deus e o coloque conte a parede desta forma.
Ali – Deus? Que Deus? A entidade perfeita que acreditamos a vida toda? Ela não existe, de perfeita não tem nada, senão não teria permitido que a nossa Missy fosse assassinada de forma tão bruta e cruel. Esse papai não é meu pai, é só uma versão piorada do maldito do meu pai biológico, inclusive que o demônio o tenha!
*Todos ficam chocados com a cena presenciada. O pai de Kate se joga de barriga no gramado e se retorce de raiva e tristeza em meio à forte chuva, enquanto Nora e os filhos tentam acalmá-los, sem sucesso.*
*02 DIAS DEPOIS…*
*Em Denver, a família Williams realiza uma cerimônia de despedida a Missy no jardim de sua residência para parentes e amigos próximos.*
Nora – Nunca imaginei passar por isso, ainda mais desse jeito, velar minha filha sem minha filha, somente esse caixão vazio com a foto dela.
José – Nora, Ali, nós sentimos muito pelo que aconteceu, a Mary aqui está arrasada, sabemos o quanto eram amigas. Nossos sinceros sentimentos.
Nora – Obrigada, pastor, eu sei sim.
Olívia – Sabe que podem contar conosco para o que for, amigos são para essas coisas. Que a adorável Missy esteja na graça do pai.
*Ali revira os olhos e sai de perto dos três.*
*Kate se aproxima do caixão vazio e lamenta.*
Kate – Me perdoa, irmãzinha, foi tudo culpa minha, se não fosse o meu jeito desastrado e descuidado você estaria aqui ainda, papai não precisaria ter te deixado para pular na água. Me perdoa, porque eu nunca vou conseguir me perdoar.
*Horas depois, a cerimônia se encerra e todos vão para suas casas, enquanto a família a Williams entra e tenta descansar.*
*A fé de Nora permanece e passa a ser seu refúgio diante do sofrimento, já a de Ali é afetada e ouvir no nome de Deus passa a ser um incômodo. Eles deitam para dormir e Alison tem um pesadelo.*
*_Flashback_*
*No parque estadual, enquanto Ali pula na água, um homem todo de preto de máscara pega a boneca da garotinha, que corre atrás dele levando o lápis vermelho. Afastados, ele joga a boneca no chão, carrega a menina no colo à força e corre com ela
Missy [Desesperada] Papai, papai, socorro! Me salva!
*O corretor dá um pulo da cama na mesma hora e se enfurece mais ainda com o maníaco.*
Ali – Infeliz, tu não escapa de mim, eu ainda te pego um dia e te devolvo em sêxtuplo tudo que tu fez com a minha Melissa!
*TRÊS ANOS SE PASSAM*
*Em Denver, a situação na família Williams vai de mal a pior, o tempo passa, mas a dor da perda de Melissa só aumenta e, infelizmente, acaba afastando Ali de seus outros dois filhos, especialmente Kate, que se sente culpada pela morte da irmã e acredita que o pai ache o mesmo, por isso se afasta dela, embora isso nem sequer se passe pela cabeça dele.*
*O casamento de Ali e Nora também se esfria, eles deixam de ter o mesmo companheirismo de antes, amor já não fazem há meses e cada dia ocorre uma briga atrás da outra.*
*Pra variar, a família está passando por uma crise financeira desde que Alison foi demitido da corretora de imóveis, devido ao corte de gastos dela. Desse modo, eles enfrentam mais dificuldades além das de laços familiares.*
Ben [Entrando] – Esse frio tá demais, ainda bem que é o último mês desse inverno, mal posso esperar para vir o sol com o calor e pegar uma praia.
Kate – Só você mesmo, hein, pois eu amo o frio, calor é algo que não suporto, prefiro congelar que derreter.
Ben – Porque você é uma esquisitona.
Kate – Esquisitona é a garota que você gosta, não enche meu saco, Ben, que minha paciência tá zerada.
Ben — Novidade, você tá parecendo uma velhinha gagá rabujenta faz anos, imagina quando ficar idosa de verdade.
Kate – Sai daqui, menino, vai encher o saco do raio que te parta e me erra!
Ali – Ei ei, que isso? Por que estão brigando? Isso já tá se tornando um círculo vicioso, não criei vocês pra isso.
*A adolescente revira os olhos e sobe para o seu quarto, deixando Alison de coração partido.*
Ben – Não fica assim não, pai, Kate tá com esse ataque de pelanca desde que ocorreu tudo aquilo, e eu não entendo o porquê.
*Enquanto isso, o marido de Nora sai de casa vestido com a roupa de frio em meio à neve e senta no banco do lado de fora. Seu amigo Willie aparece.*
Willie – Pensativo, meu amigo? Como tem andado a vida?
Ali – De macha ré e na contra-mão, as coisas lá em casa não estão nada fáceis, nunca imaginei viver isso, perder uma filha e minha família se desestruturar. Há mais de 30 ano eu prometi a mim mesmo que tudo seria diferente quando eu tivesse uma família, mas não cumpri, não consegui ser o pai perfeito.
Willie – Ali, pai perfeito não existe, nem mãe perfeita, não existe ser humano perfeito, e pode ter certeza que você é um excelente pai sim, totalmente o oposto do seu.
Ali – Até hoje eu lembro de todo mal que ele fez a mim e à minha mãe, mesmo morto eu não consigo perdoar.
*_Flashback_*
Ali [Narrando] – Até hoje os flashes dele agredindo a minha mãe bêbado e eu testemunhando me veem à mente. Ele fazia isso tudo e quando estava sóbrio pedia perdão a Deus, mas depois fazia de novo.
Joel – Isso é pra te aprender a respeitar teu marido, esqueceu que a Bíblia diz que tu deve ser submissa a mim? Então cumpre melhor tuas obrigações como mulher dessa casa! Quem manda em ti sou eu! Ouviu?
*O alcoólatra esbofeteia fortemente a esposa e repete a pergunta.*
Joel – Tá surda? Perguntei se ouviu!
Ali [Pensando e observando tremendo] – Eu quero ajudar minha mãe, mas se eu me intrometer, vai sobrar pra mim também. Ai, mamãe.
Ali [Narrando] – Eu criei coragem depois que fui para um encontro de jovens na igreja e desabafei com o nosso líder toda a situação, porém não esperava que ele frequentasse a mesma igreja que a do meu pai e acabasse contando tudo sem saber que era pro meu pai que tava falando. Foi quando o pior me esperava em casa.
*O pequeno Alison chega em casa e descobre que a mãe e suas irmãs foram mandadas para a casa de uma tia para que ambos ficassem a sós na casa.*
Joel – Então eu tenho um filho linguarudo e traidor? Que desonra ao próprio pai e heresia com um dos mandamentos mais importantes do senhor. Agora você vai sofrer as consequências da sua desonra e fofoca pra aprender.
*O homem faz o filho se ajoelhar no milho, tira sua camisa e lhe dar várias cintadas nas costas.*
*_Realidade_*
Ali – Depois dessa humilhação e de muitas outras que sofri anteriormente, fugi de casa e deixei a vida me guiar, mas antes deixei um bilhete pedindo perdão à minha mãe e às minhas irmãs. Nos reencontramos dez anos anos depois, eu tinha treze quando fugi. Nunca consegui perdoar meu pai por todas essas marcas que ele me deixou fisicamente e internamente.
Joel – Eu sinto muitíssimo, amigão, mas não se torture, você não falhou como pai, nunca triscou um dedo nos seus filhos, sempre os ensinou o certo e os amou intensamente, assim como à sua esposa. Se orgulhe disso. Preciso ir agora, qualquer coisa me manda um zap.
*O marido de Nora levanta e vai até sua caixa de correios conferir se há alguma correspondência nova. Ao abrir a caixa, se depara apenas com um envelope e, com dificuldade devido ao frio, tenta abrí-lo.*
*Após conseguir, lê a carta datilografada dizendo o seguinte:*
_Alison_
_Sinto sua falta já tem um bom tempo, te espero na cabana nesta sexta, se quiser me encontrar, é claro, mas torço muito para que queira._
_Papai!_
Ali [Desorientado] – Que brincadeira é essa?!
*_Não perca o próximo capítulo…_*
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